Valorização de formulações culinárias a partir do arroz vermelho e divulgação na internet.
1. 1.1
Resumo
da Proposta:
O arroz vermelho tem importante papel na
sociedade paraibana, principalmente no Vale do Piancó, região localizada no interior
do estado da Paraíba, porém é necessária uma maior atenção a essa cultura, que
infelizmente é desconhecida por muitos, até mesmo no Estado. O Vale do Piancó é
o maior produtor de arroz vermelho do Brasil e é de extrema importância a sua
valorização tanto pela cultura quanto pela culinária diversificada. O projeto
visa gerar informações para estimular o turismo gastronômico na região ampliar
a geração de renda dos produtores locais, utilizando-se de meios modernos como
a internet, a partir das redes sociais e blogs, para divulgar e incentivar
novas formas de consumo do arroz vermelho.
1.2
Palavras-Chave:
Redes
sociais, produtos alimentícios, turismo gastronômico.
1.3
Informações
Relevantes para Avaliação da Proposta:
O Laboratório de Tecnologia de Produtos
Agropecuários, localizado do Centro de Ciências Agrárias, Campus II, da
Universidade Federal da Paraíba, no município de Areia-PB, vem desenvolvendo
trabalhos que visam identificar e utilizar as potencialidades tecnológicas
agroindustriais dos produtos regionais para oferecer ao homem do campo e a sua
comunidade, alternativas de desenvolvimento, geração de renda e qualidade de
vida. O arroz vermelho constituiu patrimônio alimentar e genético paraibano,
porém, vem sendo substituído pelo arroz polido ou branco. Considerando as
mudanças atuais no consumo alimentar, incentivando o consumo consciente,
abre-se espaço para o arroz vermelho que por sua rusticidade representa um produto
integral agroecológico. Descobrir novas formas de preparo e consumo desse grão
é apropriado e necessário, para que se possam diversificar os cardápios
caseiros e comerciais, apresentando pratos mais atrativos, saborosos,
nutritivos servindo de incentivo para geração de renda a partir do turismo gastronômico.
Para execução das ações propostas, a entidade
proponente consta com uma equipe de profissionais capacitados na área objeto do
projeto, tanto para elaborar diferentes formas de aproveitamento do arroz
vermelho, quanto para a divulgação online do mesmo.
Ao longo do desenvolvimento das atividades
serão realizadas diversas enquetes e criado espaços para a discussão online
promovendo assim um diálogo e um contato direto com o público resultando em um
maior envolvimento do projeto com a população, além de ampliar o banco de dados
sobre o grão em estudo.
Portanto, a metodologia de avaliação do
projeto será continua e cumulativa, garantindo várias possibilidades da equipe
técnica, em interação com a população de avaliarem o que se propõe, percebendo
também as falhas e soluções da execução do mesmo.
1.4
Justificativa:
Sendo a região do Vale do Piancó na Paraíba a
maior produtora de arroz vermelho do país, há necessidade de uma viabilização econômica
desse cereal, não só no tocante a sua produção de subsistência, como ele atualmente
é produzido, mas também para atrair investimentos associados a outras
atividades como, por exemplo, o turismo gastronômico, que constitui um
importante ramo do turismo rural.
O
turismo gastronômico é uma forma de desenvolver um potencial da região, a
culinária local, que tem como grande representante o arroz vermelho, com suas
receitas e pratos passados de geração em geração. Entretanto o arroz vermelho
não é de todo reconhecido pela população estadual e fica restrito à região.
Usando o turismo gastronômico como alternativa, adquirimos condições para
incentivar a produção, a comercialização e aumentar a oferta do arroz vermelho resultando
em um meio de geração de renda e reconhecimento a população das cidades do Vale
do Piancó – PB. Para o fortalecimento do turismo gastronômico ações arrojadas
de marketing são necessárias, como já comprovados pelas experiências diárias e
por pesquisas recentes voltadas para o comportamento humano, para isso
propõe-se o uso da internet, por meio das redes sociais que através, tanto das
experiências diárias quanto por pesquisas, constitui uma das vias de mais
acesso mais poderosa para a divulgação de dados, conceitos e pensamentos.
1.5
Fundamentação Teórica:
O arroz vermelho que ainda é pouco conhecido
no Brasil, constitui no estado da Paraíba um dos principais alimentos da região,
sendo conhecido também como Arroz-da-Terra e Arroz Veneza. O Estado é o maior produtor do país e o Vale
do Piancó- PB possui uma bacia hidrográfica de solos naturalmente férteis que
viabiliza a produção desse tipo de arroz (EMBRAPA, 2008).
De acordo com dados do IBGE (2007), a região
do Vale do Piancó possui a maior área plantada de arroz vermelho no país, em
torno de 5.000 ha, sendo considerado o refúgio da cultura no Brasil. As
variedades cultivadas são as tradicionais, descendentes das primeiras
introduzidas no país no século XVI, pouco produtivas e rústicas, mas que os
produtores vêm mantendo no campo.
Segundo Ferreira et al. (2005), embora a produção
de arroz de terras altas (“sequeiro”) em municípios da Região Semiárida seja
insignificante do ponto de vista macroeconômico, o seu consumo, é por outro
lado, de grande relevância. Isto significa que o arroz no semiárido, mesmo
produzido em pequena escala devido às condições de oferta geoambientais, se faz
presente no prato da população dessa região.
Uma alimentação saudável deve ser baseada em
práticas e os valores alimentares assumindo a significação social e cultural
dos alimentos como fundamento básico conceitual. Os alimentos trazem
significações culturais, comportamentais e afetivas singulares que jamais podem
ser desprezadas (BRASIL, 2009).
Portanto, torna-se fundamental resgatar as
práticas e os valores alimentares que possuem notoriedade referencial, como no
caso do arroz vermelho, de modo a estimular sua produção e consumo. Além de
pratos tipicamente elaborados com arroz vermelho, é importante fomentar novas
formas de consumo para esse arroz, como uma das estratégias de valorização e
estímulo da sua produção. Muitas coisas ainda precisam ser feitas, em se
tratando de tecnologias, principalmente nos setores de produção e agroindustrial.
Este produto é competitivo e mudanças positivas em sua cadeia irão favorecer o
desenvolvimento regional. O arroz é cultivado para autoconsumo, com práticas
rudimentares que não adotam uso de agrotóxicos, o que permite ser considerado
um produto ecologicamente limpo, porém, com baixos níveis de produtividade. Nos
municípios do Vale do Piancó, a agroindústria apresenta em todos os seus
setores (produção, estocagem, gerenciamento e comercialização) entraves que
interferem na atividade industrial como também na qualidade do produto para
consumo (BORGES, 2011).
Faz-se necessário o apoio e a colaboração dos
governos e principalmente das instituições para ajustar, na medida do possível,
seus métodos de produção, e também aproveitar a grande demanda do mercado
brasileiro e internacional por esse produto, que pode significar um aumento de
renda e melhoria da qualidade de vida dos mesmos (INSA, 2010).
A gastronomia como um produto, ou mesmo um
atrativo de uma determinada localidade, é bastante interessante e importante do
ponto de vista turístico, pois apresenta novas possibilidades, na verdade, não
tão novas, mas nem sempre bem exploradas, que são as diversas formas de turismo
voltadas para as características gastronômicas de cada região (FURTADO, 2004).
Assim se faz necessário também o fortalecimento do turismo gastronômico
regional baseado no arroz vermelho, visto que este é um produto da cultura
regional.
De acordo com Scluter (2003) “a dimensão
social e cultural da gastronomia determinou incorporá-la ao complexo emaranhado
das políticas de patrimônio cultural”. O turismo vem usando desse patrimônio
para promover um destino e atrair cada vez mais o turista e consequentemente
renda a determinadas regiões. O turismo e a gastronomia não podem ser vistos de
maneira separadas, segundo Antonini (2004) a gastronomia de um local se
apresenta como forma de aumentar a oferta turística e como um produto agregado
ao turismo cultural indica a gastronomia como mais do que um simples arte
culinária, mas como um importante veiculo da cultura popular, pela forma com
que vivem os habitantes de determinada região em determinada época.
A exploração turística da gastronomia
nordestina, por exemplo, pode representar um papel importante como vetor para o
desenvolvimento e crescimento da região, agregando o turismo e a gastronomia.
As redes sociais tem adquirido
importância crescente na sociedade moderna. São caracterizadas primariamente
pela autogeração de seu desenho, pela sua horizontalidade e sua
descentralização. Um ponto em comum dentre os diversos tipos de rede social é o
compartilhamento de informações, conhecimentos, interesses e esforços em busca
de objetivos comuns. A intensificação da formação das redes sociais, nesse
sentido, reflete um processo de fortalecimento da Sociedade Civil, em um
contexto de maior participação democrática e mobilização social, portanto
devemos usar deste meio de comunicação eficiente para promover e fortalecer a
cultura, gastronomia e o turismo regional.
1.6
Objetivo geral:
Elaborar novas preparações culinárias com o
arroz vermelho colaborando no surgimento de um cardápio mais diversificado,
apoiando e subsidiando o turismo gastronômico do estado da Paraíba.
1.7
Objetivos específicos:
I
– Elaborar preparações culinárias com o arroz vermelho que possam ser adaptadas
às preparações industriais gerando assim novas formas de renda
II
– Criar um modelo específico de divulgação dessas preparações e suas formas de
uso, utilizando a tecnologia da informação, internet, blogs e as redes sociais.
III
– Ministrar palestras em escolas incentivando o consumo do arroz vermelho pela
população mais jovem.
IV
– Criar novas formas de consumo para o arroz vermelho
1.8
Metodologia
e Avaliação:
A metodologia a ser utilizada será
construtivista e participativa, proporcionando a socialização e o conhecimento
através de dinâmicas, enquetes e sugestões online, para a formulação do
trabalho, que será realizado no Laboratório de Tecnologia de Produtos
Agropecuários, no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da
Paraíba, localizado na cidade de Areia – PB. A aplicação da metodologia
dar-se-á em 3 etapas.
Etapa I: Será feito um levantamento digital
utilizando como base o site http://www.facebook.com, de relacionamento
social na internet que promove a utilização de ferramentas e aplicativos online
para a realização de tarefas em um curto espaço de tempo. Será ainda alimentado
um blog com o endereço eletrônico http://arrozvermelhodaparaiba.blogspot.com, além de contar com
o e-mail arrozvermelhodaparaiba@gmail.com para troca de
informações com o público, identificando o consumo culinário do arroz vermelho
em suas diversas formas. Procurar-se-á promover enquetes e um conteúdo dinâmico
com objetivo de manter contato mais direto com a população consumidora de arroz
vermelho, principalmente a mais jovem.
Etapa II: Elaborar receitas culinárias com o
arroz vermelho como risotos, biscoitos, pães, bolos, tortas, sobremesas e
outros que serão selecionadas e também produção de novas preparações culinárias
a partir das obtidas através do levantamento digital. Elaborar os fluxogramas
de processos apresentando medidas técnicas e suas conversões para medidas de
uso doméstico, no intuito de facilitar a reprodução das receitas.
Etapa III: Divulgação de forma didática e
atrativa, a partir da elaboração de cartilhas informatizadas inclusive na forma
de vídeos explicativos.
Divulgar a partir de perfis em redes sociais
na internet e no blog as formulações geradas, bem como as informações obtidas,
acompanhadas de ilustrações. Concomitantemente, formar uma rede de informações
online sobre o arroz vermelho em seus diversos aspectos (antropológico, social,
cultural, econômico, nutricional, de consumo, comercialização, entre outros),
para que gere um documento final que, além de riqueza informativa, contemple a
sabedoria popular e o aprender a partir do fazer de cada um. Para tanto,
profissionais da área da informática darão subsídios na criação e manutenção
dos serviços online que garantirão a realização deste projeto.
Além da forma digital, também serão
ministrados palestras e minicursos no município de Santana dos Garrotes e ou
Itaporanga-PB, divulgando de maneira presencial as preparações culinárias
elaboradas na etapa II do projeto.
As receitas elaboradas e testadas terão o
objetivo de sugestão para cardápios de restaurantes regionais e das cozinhas
locais, demonstrando o grande aproveitamento do arroz vermelho em diversos
pratos, como forma de atrair turistas e resgatar a alimentação regional.
1.9 Referências bibliográficas:
FURTADO,
F. L. A Gastronomia como Produto Turístico, Disponível em: <http://www.revistaturismo.com.br/artigos/gastronomia.html>
Acesso dia 27 de março de 2012.
FONSECA,
J. R., PEREIRA, J. A., SILVA, S. C., RANGEL, P. H. N. BRONDANI, C. Resgate
de arroz vermelho (Oryza sativa L.) nos estados da Paraíba e Ceará.
Publicações: Embrapa/CNPA. Doc_196. 2005.
FONSECA,
J. R.; VIEIRA, E. H. N.; PEREIRA, J. A.; CUTRIM, V. A. Descritores
morfoagronômicos de cultivares tradicionais de arroz coletados no Maranhão.
Revista Ceres, v.51, n. 293, p. 45-56. 2004.
PEREIRA,
J. A. O arroz-vermelho cultivado no Brasil. Teresina: Embrapa
Meio-Norte, 2004. 90 p.
PEREIRA,
J. A.; BASSINELLO, P. Z.; FONSECA, J. R. & RIBEIRO, V. Q. Potencial
produtivo e propriedades culinárias do arroz vermelho cultivado. Disponível
em:
<http://www.cnpaf.embrapa.br/publicacao/seriedocumentos/doc_196/trabalhos/CBC-TRAB_85-1.pdf>.
Acesso dia 11 de abril de 2010.
SCHLUTER,
R. G. Gastronomia e turismo. São
Paulo: Aleph, 2003.
ANTONINI,
Oliveira. La gastronomia típica de la islã de Santa Catarina, Brasil. Su identidade como atractivo para el
turismo cultural. In.: Estúdios y
Perspectivas em Turismo (Coord. Margatida Barreto; Alicia Bernard Menna;
Gabriel Winter; Jorge Zamora e Regina G. Scglüter). Argentina: CIET, 2004.
BRASIL.
Ministério da Agricultura Pecuária e abastecimento. Instrução Normativa Nº06 (Regulamento Técnico do Arroz) de 16 de fevereiro de 2009.
FERREIRA,
C. M.; PINHEIRO, B. S.; SOUZA, I. S. F.: MORAIS, O.P. Qualidade do arroz no Brasil: Evolução e padronização. Santo
Antônio de Goiás-GO: Embrapa Arroz e Feijão, 2005. 61p.
BORGES,
S.R.S. Arroz Vermelho cultivado na
Paraíba: Prospecções tecnológicas da cadeia produtiva e qualidade de grãos.
Areia-PB, UFPB/CCA, 2011. 115p. (Trabalho de conclusão de curso).
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